
JULIANO CORRÊA PSICANALISTA

SOBRE O SITE
Eu já fui muito acusado, também elogiado umas poucas vezes, de escrever de uma forma muito pessoal, muito intensa. É assim que eu escrevo (e sempre escrevi); esse é um dos motivos de eu ter criado este espaço: escrever sobre o que eu quero do jeito que eu escrevo. Então, para os que têm ouvidos/olhos muito sensíveis, ou simplesmente não gostem do estilo (as ideias são outra história, mas também são excêntricas), provavelmente estes textos não serão do agrado.
Assim, este é um espaço livre (como também deve ser o tratamento analítico): para quem lê, pode usar o que lhe parece caber, jogar no lixo o que achar uma besteira. Sem problema algum. Da minha parte, como já disse, eu tenho a liberdade para escrever o que eu quero e do jeito que eu quero, é o maior objetivo aqui. Talvez seja como o dito “tatu na toca é rei”, já que que escrevo, até certo ponto, para mim mesmo. Se quisermos (como as pessoas grandes) tomarmos uma analogia mais chique, podemos pensar no heroico e sofrido edipiano de Shakespeare, Hamlet: “eu poderia estar cerceado em uma casca de noz e me considerar um rei do espaço infinito”, como declama na Cena II do Ato II. Porém, o próprio príncipe faz a ressalva quanto a seu desejo: “se não fosse eu ter sonhos ruins”. Realmente, não dá para se livrar disso: mesmo em uma casca de noz, nossos sonhos (ainda que não sejam ruins) nos mostram que não podemos controlar tudo. Roger Waters disse, referindo-se ao trecho “and did you exchange a walk on part in the war, for a lead role in a cage?”, do clássico do Pink Floyd “Wish You Were Here”, que ele sempre quis isso, estar nas trincheiras, não liderando em uma gaiola. Bom, eu posso não estar efetivamente nas trincheiras, mas me expor como faço aqui, certamente já não é estar exatamente em uma gaiola (ou toca, ou casca de noz, o que for preferível).
Eu publico aqui basicamente dois tipos de escritos, fiz essa divisão mais para organização minha mesmo. O primeiro tipo, serão os mais abundantes, é o que eu chamo de “crônicas”. São textos geralmente mais curtos (e o que seria “curto” é, como o espaço-tempo de Einstein, relativo), sobre cultura em geral, cotidiano, quase sempre baseados em experiências minhas, coisas que gosto e tenho vontade falar sobre, ou seja, são muito pessoais como tudo neste espaço é. Quase sempre, eles têm uma pitada, que seja, de psicanálise, afinal, além de ser meu maior interesse, acaba sendo meu modo de pensar e ver o mundo: não consigo desvincular. Na verdade, às vezes têm muito de psicanálise, mas uma diferença é terem outros assuntos como os principais, mesmo que pareça ser só aparência. Ainda assim, são conteúdos ainda mais livres no sentido de não haver preocupação com referências ou descoberta das fontes, esse tipo de coisa. Já os da outra ordem, que chamo de “textos psicanalíticos”, também podem ser curtos (normalmente são mais extensos), mas são exclusivamente de psicanálise. Diferentemente das crônicas, nestes eu tenho mais cuidado em apontar as fontes, fazer essas conexões. Apesar disso, também são livres, não há a preocupação em obedecer a alguma regra de publicação acadêmica (assim fosse, eu enviava para alguma revista ao invés de publicar aqui!), pois o objetivo é justamente fugir disso. Contudo, eu ainda mantenho fortes resquícios do modelo acadêmico, afinal, escrevi a vida inteira assim... Há uma clara inspiração, mas vejam bem, eu disse inspiração, em como Winnicott escrevia seus textos que, psicanaliticamente falando, eu os acho insuperáveis (acho que estou colocando Freud como hors-concours, pois ele era assim também).
Os textos, essencialmente os psicanalíticos, não estão “prontos”, são formas de pensar o que estou desenvolvendo: eu penso escrevendo. Por isso, vão se completando, modificando-se, questionando-se, deixando dúvidas. Não é o progresso da ciência assim? Se eu cedesse ao meu impulso natural de querer completar demais alguns escritos, como se fosse a única oportunidade ou tivesse de abarcar tudo, o objetivo maior que tenho aqui se perderia por completo, que é ser livre para pensar.
Dito de outra forma, a diferenciação desses tipos de escritos é arbitrária, talvez quem for ler nem diferencie tanto. É uma tentativa meramente “didática”, pois tudo é uma unidade aqui (tanto que existem textos que eu mesmo fico na dúvida de onde postar, mas para não criar uma terceira categoria - aí seria demais! - simplesmente coloco em alguma das duas). Geralmente, as crônicas tocam em temas que são mais desenvolvidos nos textos psicanalíticos, pois são coisas nas quais estou pensando, tenho interesse e estou elaborando. Não é uma regra, mas acontece. Como se alguns acabassem sendo “pontes” para outros. De qualquer forma, tudo está interligado, até mesmo os pensamentos aleatórios que, aparentemente, não se conectam a nada. Eu sempre deixo uma versão em PDF no fim do texto para quem, por ventura, prefira.
Uma última coisa importantíssima: há spoilers! Sempre! Então, se você é uma pessoa que tem pânico de saber qualquer coisa sobre uma história que ainda não viu/leu, não leia meus textos que falam sobre isso: eu não tomo o mínimo cuidado em esconder surpresas dos enredos.
Além disso, também divulgo aqui, com todas as informações e explicações necessárias, grupos e cursos que eventualmente proponho. Todas as atividades estão de acordo os rumos de pensamento que mostro nos meus textos. Para atendimento ou supervisão, o contato é diretamente comigo pelo meu telefone ou pelo Instagram (prefiro o telefone, tenho WhatsApp!). A minha agenda está sempre aberta! Kkkkkk.
Eu tenho muito prazer em escrever tudo o que publico aqui (era um sonho antigo...). Eu gosto muito de escrever (minhas descrições dão prova disso!). Assim, espero que seja da mesma forma para quem lê, afinal, por mais sério que falemos, se não estamos nos divertindo (num sentido winnicottiano), que graça tem?